Uso das ervas
na Umbanda Racional
ERVAS
Na Umbanda,
utiliza-se Litúrgica e Ritualisticamente, as ervas de nossa flora, para amacís,
imantações, banhos de descarga, etc... As plantas dos Orixás se dividem em 3
grupos primordiais, à saber: POSITIVAS, NEGATIVAS e NEUTRAS.
As plantas
Positivas, Neutras e Negativas, são assim catalogadas, conforme a fase lunar da
colheita.
Positivas -
deverão ser colhidas na fase crescente ou cheia
Neutras -
deverão ser colhidas na fase nova
Negativas -
deverão ser colhidas na fase minguante
Entretanto a
sua polarização final vai sempre depender das seguintes condições explícitas:
Vibração de
quem vai usá-la
Vibração das
demais ervas utilizadas
Vibração da
intenção com que serão usadas
POSITIVAS:
São ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente
usadas para outro tipo de trabalho.
NEUTRAS: São
todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o
efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como o efeito de vibrações
negativas e/ou positivas.
NEGATIVAS:
São ervas usadas explicitamente para negativar.
A erva é
sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva, a
dita erva torna-se neutra quando colhida nos 3o, 4o e 5o dias da lunação, e
negativa quando colhida nos 6o e 7o dias da lunação. Diz-se Dia de Lunação,
porque as ervas devem ser colhidas da 6hs às 18hs, portanto sob o efeito dos
raios solares (apesar de regidas pelas fases da lua).
Jamais
deve-se colher uma erva antes das 6hs ou depois das 18hs, como também, nunca se
deve plantar qualquer erva no mesmo período.
As ervas
devem ser usadas de três formas diferentes:
Para efeito
medicinal
Para efeito
Litúrgico
Para efeito
Ritualístico
A) Para
efeito medicinal, as ervas podem ser usadas como:
Como
tratamento preventivo
Como
tratamento normal da doença
Como abortivo
rápido e definitivo da referida doença
I) Para uso
preventivo, as plantas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação
respectiva.
II) Para uso
no tratamento normal da doença, as plantas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o
dias da lunação respectiva.
III) Para uso
como abortivo, as plantas devem ser colhidas sempre no 6o e 7o dias da lunação
respectiva.
B) Para
efeito litúrgico, as ervas podem ser usadas como:
Como imã,
para atrair as vibrações do Orixá desejado.
Como
neutralizante entre duas forças ou Orixás.
Como ação
repulsiva ao Orixá não desejado.
I) Como imã,
as ervas devem ser colhidas nos 1o, 2o e 3o dias da lunação respectiva.
II) Como
neutralizante, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação
respectiva.
III) Para
efeito repulsivo, as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação
respectiva.
C) Para
efeito ritualístico, as ervas podem ser usadas como:
Como
afirmação ou concordância de efeito Litúrgico.
Como
equilíbrio entre as forças vibratórias implantadas durante a ação litúrgica.
Como
discordância com as forças imantadas.
Entende-se
por força imantada, toda a vibração atuante no Ser, mesmo que seja à revelia do
mesmo.
I) Como
confirmação, as ervas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação
respectiva.
II) Como
equilíbrio, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação
respectivo.
III) Como
discordância (descarga), as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da
lunação respectiva.
RELAÇÃO DAS
ERVAS POR ORIXÁS
LINHA DE
OXALÁ: Arruda, arnica, laranja-da-terra (folhas), hortelã, poejo, girassol,
vassoura-branca, erva-de-oxalá, erva-cidreira, alecrim-do-campo, levante,
alecrim miúdo, bambu (folhas), erva-quaresma.
LINHA DAS
SENHORAS: Lágrimas-de-Nossa-Senhora (folhas), mastruço, rosa branca (folhas),
pariparoba, orirí-de-Oxum, erva-de-Santa-Luzia, espada-de-Santa-Bárbara, trevo
(folhas), quina roxa, abóbora-d\"anta, vitória-régia, açucena, erva-de-Santa-Bárbara,
malva-rosa, suma-roxa.
LINHA DE
IBEJI: Amoreira (folhas), alfazema, salsaparrilha, manjericão, ipecacuanha,
anil (folhas), capim-pé-de-galinha, arranha-gato.
LINHA DE
XANGÔ: Limoeiro (folhas), erva-lírio, café (folhas), saião (folhas),
erva-de-São-João, abre-caminho, quebra-mandinga, erva-de-Xangô, quebra-pedra,
ruibarbo, louro, aperta-ruã, maria-nera, erva-moira, maria-preta,
erva-de-bicho.
LINHA DE
OGUM: Comigo-ninguém-pode, espada-de-ogum, lança-de-Ogum, flecha-de-Ogum,
cinco-folhas, jurupitã (folhas), jurubeba (folhas), musgo (marinho), ipê
(folhas), losna, romã (folhas), sabugueiro, erva-de-coelho.
LINHA DE
OXÓSSI: Picão-do-mato, cipó-caboclo, barba-de-milho, mil-folhas, funcho,
fava-de-quebranto, gervão-roxo, tamarindo (folhas), alecrim-do-mato, boldo,
malvarisco, sete-sangrias, unha-de-vaca, azedinha, chapéu-de-couro,
grama-barbante.
LINHA DAS
ALMAS: Café (grão), guiné (erva-pipi), arruda (folhas), cambará, sete-folhas,
aroeira (folhas), erva-grossa, vassoura-preta, cravo-de-defunto, mal com tudo,
cipó-cabeludo.
Ervas no
Candomblé e Umbanda Tradicional
ERVAS
A umbanda
antiga, cultivando seu forte lado do africanismo , aliado á Cultura indígena
uma profunda conhecedora de ervas e do seu emprego.
Hoje muita
coisa se perde e varias são as interpretações dadas.
As plantas
podem ter usos medicinais e religiosos. Nos cultos afros existem sacerdotes
especializados no conhecimento e uso das plantas e seu uso religioso.
No culto de
Omolocô chama-se Mão-de-Ofá,
Nos cultos
nagos( Keto, Alaketo, Naco, Vodum, Mina, Mago, Ijexá, etc.)
Os sacerdotes
são chamados de Balalossasain.
As folhas
(ervas) no culto de angola são chamadas de ensabas, no nagô ewê, no Jêje Oman.
Usa-se chamar
as matas sagradas na Umbanda de macaia.
Cada orixá te
sua folha e a pessoa encarregada de colhê-las deve estar livres de impurezas,
de sexo, bebida e saber a hora de apanhá-las, os dias da lua, bem como os
efeitos que as mesmas desenvolvem diante dessas exigências ritualísticas.
A colheita
das ervas tem um determinado ritual. Na umbanda geralmente é ensinado por um
guia ou mentor. Segundo suas características cada planta ocupa um espaço no
mundo vegetal.
Devemos
observar que nosso País é imenso e determinada erva tem vários nomes dependendo
da localidade. meceremos aqui algumas ervas e seus orixás respectivos.
Em geral
todas as plantas que contem espinhos que ardem queimam formigam ou provocam
coceira são pertencentes a EXU.
ABRE CAMINHO
- banho, erva de Ogum e Exu.
ALECRIM -
planta de Oxalá, usada em banhos de Amaci, em defumações, Amuleto afasta os
fluidos negativos e atrair proteção.
ALFAVACA -
banho de purificação erva e Oxalá e Xangô - usado na defumação para afastar
espíritos obsessores e atrair proteção.
ALFAZEMA -
evita influencias negativas e limpa espiritualmente pessoas e ambientes.
ARRUDA -
usada em amuletos - figas - banhos de descarga, coroação de médiuns na umbanda,
usado na casas contra mal-olhado, afasta
maus fluídos
e projete contra magia-negra.
BOLDO - banho
pertence à Oxalá.
CIPÓ CRUZ -
usado em banhos e defumações, afasta fluídos maléficos e espíritos obsessores.
ERVA CIDREIRA
- possui a virtude aumentar a intuição, favorecendo o desenvolvimento
mediúnico.
ERVA SANTA -
também carqueja é de Inhasã.
ESPADA DE
INHASÂ - banho. Limpeza de casas, pertence à Inhasâ.
ESPADA DE SÃO
JORGE - banho de descarga e amaci, seca e usa-se para defumação contra magia
negra.
ESPADA DE
OGUN - Ogun, banho usado também, como proteção em casas.
AMORA - Exu,
esse vegetal armazena fluidos negativos, soltando-os ao anoitecer com varas de
amoreira são feitas inxâ. Para o culto dos
eguns e
quizila de Xangô. As folhas são desinflamatórias para boca e garganta.
ARGELIM -
AMARGOSO (MORCEGUEIRA) - Exu, banho. Casca banho de descarrego.
CAÁ HOBI
(CANILEIRA - ANIL) - Exu, banho de descarrego e limpeza de casas.
BRINCO DE
PRINCESA - Exu, banho de descarrego.
CAJUEIRO -
Exu, as folhas para sacrifício de animais de quatro patas.
CARDO SANTO -
Exu, aplicada na limpeza de casas.
CATINGUEIRA -
Exu, banho de descarrego.
FEDEGOSO -
Exu, aplicada na limpeza de casas.
HORTELÂ -
PIMENTA - banho, anula negatividade de maus fluídos, o sumo purifica o otá
(pedra) de Exú, no assentamento.
Planta-se ao
arredor da casa de Exu.
MAMÃO BRAVO -
Exu, banho de limpeza e descarrego. A fruta vai em ebó.
JUÁ - banho e
limpeza de casas.
JURUBEBA -
banho de descarrego (Exu).
JUREMA PRETA
- ebó de defesa e banho para tirar obsessores (Exu).
MANGUEIRA -
Exu / Ogun. Abo, banho de defesa as folhas cozidas servem para corrimento na
vagina.
PAU
D"ALHO - banho de descarga, os galhos para limpeza de casas (Exu).
PIMENTA DE
MACACO - assentamentos (Exú).
PINHÃO BRANCO
- banho, quebra demanda, olho gordo, feitiçaria, (Exu).
PINHÃO ROXO -
Exu, uso igual ao pinhão braço. Os galhos para limpeza de casa.
URTIGA - Exu,
banho de descarrego e assentamentos.
AÇOITA
CAVALOS - Ogun, banho de descarrego, limpeza pessoal e de casas.
ARNICA -
obrigação de cabeça, abo banho de limpeza. Usado medicina popular para
contusões , cortes, lesões, cura também feridas.
ARUEIRA -
Exu, Ogun, obrigações banhos de descarrego, limpeza de casas, despacho de
eguns.
LOSNA - abo,
banho de limpeza e descarrego.
SÃO
GONÇALINHO - Ogun, usada em todas as obrigações, banho de defesa, descarrego.
No Abó, limpeza de casas.
BABOSA -
depois de seca, usada como defumação.
PEREGUN -
limpeza de casas, descarrego. Ogun.
ARROZ -
sementes usada para ebó.
COLÔNIA -
Iemanjá, Amaci, obrigações.
JASMIN -
flores usadas em banhos para conquistas amorosas.
PATA DE VACA
- Iemanjá, Abo, e banho de descarrego.
AVENCA -
Nana, Amaci.
ERVA CIDREIRA
- Nana, Amaci, Abo.
ESPINHEIRA
SANTA - Omolu, banho de descarga.
MANJERICÃO
ROXO - Omolu, Amaci, Abo.
VELAME DO
CAMPO - Omolu, sacudimento para saúde, obrigação. Amaci e no Abo.
OBI - fruto
oferecido nas cerimônias aos Orixás.
CAMOMILA -
descarrego, Abo.
BAMBÚ -
defumação.
ROMÂ - banho
de descarga, Inhasã.
CRAVO DA
ÍNDIA - banho e defumação.
GIRASSOL -
Oxalá, banho flor, defumação (sementes)
ERVAS DE EXÚ
Exu
ERVAS E
FINALIDADES NO RITUAL E NA MEDICINA POPULAR
A
Açucena-rajada
- é usada a cebola no ritual. É infalível para se descobrir falsidade. É
empregada em sacudimento, em local de trabalho e em casa.
Amendoeira:
seus galhos são usados nos sacudimentos locais, ou seja, nos locais em que o
homem exerce suas atividades lucrativas. Na medicina caseira, seus frutos são
comestíveis, porém em grandes quantidades, causam diarréia de sangue. Das
sementes fabrica-se o óleo de amêndoas, muito usado para fazer sabonetes por
ter efeitos emolientes, além de amaciar a pele.
Amoreira:
planta que armazena fluidos negativos e os solta ao entardecer, é usada pelos
sacerdotes no culto a eguns. Na medicina caseira, é usada para debelar as
inflamações da boca e garganta.
Angelim-amargoso:
Muito usado em marcenaria, por tratar-se de madeira de lei. Nos rituais, suas
folhas e flores são utilizadas nos abô dos filhos de Nanã, e as cascas são
utilizadas em banhos fortes com a finalidade de destruir os fluidos negativos
que possam haver, realizando um excelente descarrego nos filhos de Exu. A
medicina caseira indica o pó de suas sementes contra vermes. Mas cuidado! Deve
ser usada em doses pequenas.
Aroeira: Nos
terreiros de Candomblé este vegetal pertence a Exu e tem aplicação nas
obrigações de cabeça, nos sacudimentos, nos banhos fortes de descarrego e nas
purificações de pedras. É usada como adstringente na medicina caseira, apressa
a cura de feridas e úlceras, e resolve casos de inflamações do aparelho
genital. Também é de grande eficácia nas lavagens genitais.
Arrebenta
cavalo: no uso ritualístico esta erva é empregada do pescoço para baixo, em
hora aberta. É também usado em magias para atrair simpatia. Não é usada na
medicina caseira. Banho com folha de aroeira, açoita-cavalo, pinhão-roxo e
vassourinha-de-relógio.
Arruda:
Planta aromática usada nos rituais porque Exu a indica contra maus fluidos e
olho-grande. Suas folhas miúdas são aplicadas nos ebori, banhos de limpeza ou
descarrego, o que é fácil de perceber, pois se o ambiente estiver realmente carregado
a arruda morre. Ela é também usada como amuleto para proteger do mau-olhado.
Seu uso restringe-se à Umbanda. Em seu uso caseiro é aplicada contra a
verminose e reumatismos, além de seu sumo curar feridas. A de folha graúda é
usada contra olho-grande, mau-olhado e inveja. Fabricam-se amuletos e figas.
Avelós -
Figueira do Diabo: seu uso se restringe a purificação das pedras do orixá antes
de serem levadas ao assentamento, é usada socada. A medicina caseira indica
esta erva para combater úlceras e resolver tumores. Planta de origem africana.
Azevinho:
Muito utilizada na magia branca ou negra, ela é empregada nos pactos com
entidades. Não é usada na medicina popular.
B
Bananeira –
folhada usada para (erankó), preparado de akasa, ekuru. O pendão floral serve
para ebó.
Bardana:
Aplicada nos banhos fortes, para livrar o sacerdote das ondas negativas e
eguns. O povo utiliza sua raiz cozida no tratamento de sarnas, tumores e
doenças venéreas.
Bate-testa:
Obrigações de Ori.
Beladona :
Nas cerimônias litúrgicas só tem emprego nos sacudimentos domiciliares ou de
locais onde o homem exerça atividades lucrativas. Trabalhos feitos com os
galhos desta planta também provocam grande poder de atração. Pouco usada pelo
povo devido ao alto princípio ativo que nela existe. Este princípio dilata a
pupila e diminui as secreções sudorais, salivares, pancreáticas e lácteas.
Beldroega:
Usada na purificação das pedras de Exu. O povo utiliza suas folhas, socadas,
para apressar cicatrizações de feridas.
Bredo
–fedorento: o mesmo que mussambé-de-cinco folhas.
Brinco-de-princesa:
É planta sagrada de Exu. Seu uso se restringe a banhos fortes para proteger os
filhos deste orixá. Não possui uso popular. Existe uma qualidade originária da
áfrica do sul, talvez a Papoula.
C
Caa-hobi: O
mesmo que Anileira.
Cabeça-de-nego:
No ritual a rama é empregada nos banhos de limpeza e o bulbo nos banhos fortes
de descarrego. Esta batata combate reumatismo, menstruações difíceis,
inflamações vaginais e uterinas.
Cajueiro:
Suas folhas são utilizadas pelo axogun para o sacrifício ritual de animais
quadrúpedes. Em seu uso caseiro, ele combate corrimentos. Põe fim a diabetes.
Cozinhar as cascas em um litro e meio de água por cinco minutos e depois fazer
gargarejos, põe fim ao mau hálito.
Camapu:
Obrigações no Ori.
Cana-de-açúcar:
Suas folhas secas e bagaços são usadas em defumações para purificar o ambiente
antes dos trabalhos ritualísticos, pois essa defumação destrói eguns. Não
possui uso na medicina caseira. O fruto cortado em rolete é oferecido a exu.
Cansanção-da-folha-grande:
O mesmo que cansanção verdadeiro e urtigão.
Cansanção-verdadeiro:
Ebó de defesa. Assento okutá. Os orixás usam os galhos para exemplarem seus
aborixás.
Cardo-santo:
Essa planta afugenta os males, propicia o aparecimento do perdido e faz cair os
vermes do corpo dos animais. Na medicina caseira suas folhas são empregadas em
oftalmias crônicas, enquanto as raízes e hastes são empregadas contra
inflamações da bexiga.
Canudo: O
mesmo que mata-cobras.
Carrapateira
– ewe lara: As folhas são usadas no ipade iyawo, oferecimento de onjé erankó
aos orixás.
Catingueira:
É muito empregada nos banhos de descarrego. Seu sumo serve para fazer a
purificação das pedras. Entretanto, não deve fazer parte do axé de Exu onde se
depositam pequenos pedaços dos axé das aves ou bichos de quatro patas. Na
medicina caseira ela é indicada para menstruações difíceis. Banho descarrego.
Assento okutá
Cebola –
usada no preparo das comidas dos orixás, para enfeitar obrigações exu. Serve
para confirmação de jogo co owo eyó merin.
Cebola-cencém:
O mesmo que açucena-rajada. Essa cebola é de Exu e nos rituais seu bulbo é
usado para os sacudimentos domiciliares. É empregada da seguinte maneira:
corta-se a cebola em pedaços miúdos e, sob os cânticos de Exu, espalha-se pelos
cantos dos cômodos e embaixo dos móveis; a seguir, entoe o canto de Ogum e
despache para Exu. Este trabalho auxilia na descoberta de falsidades e objetos
perdidos. O povo utiliza suas folhas cozidas como emoliente.
Cebola-do-mato:
Sem aplicação específica.
Chapéu-turco:
Origem africana. Serve para enfeitar casa de exu. Banho de descarrego.
Cunabi: O
mesmo que cunanã e cunanan.
Cunanã: Seu
uso restringe-se aos banhos de descarrego e limpeza. Substituiu em parte, os
sacrifícios a Exu. A medicina caseira indica os galhos novos desta planta para
curar úlceras.
Cunanan: O
mesmo que cunanã e cunabi.
E
Erva-dos-cachos:
O mesmo que tintureira.
Erva-preá:
Empregada nos banhos de limpeza, descarrego, sacudimentos pessoais e
domiciliares. O povo usa o chá desta erva como aromatizante e excitante. Banhos
quentes deste chá melhoram as dores nas articulações, causadas pelo artritismo.
Erva-queimadeira:
Ebó de defesa. Banho.
Erva-do-tinhoso:
O mesmo que bardana.
F
Facheiro: O
mesmo que xiquexique.
Facheiro-Preto:
Aplicada somente nos banhos fortes de limpeza e descarrego. Na medicina
caseira, ela é utilizada nas afecções renais e nas diarréias.
Fedegoso:
Misturada a outras ervas pertencentes a Exu, o fedegoso realiza os sacudimentos
domiciliares. É de grande utilidade para limpar o solo onde foram riscados os
pontos de Exu e locais de despacho pertencentes ao deus da liberdade.
Fedegoso-crista-de-galo
(rj): É preparado um pó com as folhas, flores e semente, chamado pó benfazejo.
Esta erva é utilizada em banhos fortes, de descarrego, pois é eficaz na
destruição de Eguns e causadores de enfermidades e doenças. Seus galhos
envolvem os ebó de defesa. Com flores e sementes desta planta é feito um pó, o
qual é aplicado sobre as pessoas e em locais; é denominado “o pó que faz bem”. Na
medicina caseira atua com excelente regulador feminino. Além de agir com grande
eficácia sobre erisipelas e males do fígado. É usada pelo povo, fazendo o chá
com toda erva e bebendo a cada duas horas uma xícara.
Feijão-fradinho:
Esu je ewa torrado e akara.
Figo
Benjamim: Erva usada na purificação de pedras ou ferramentas e na preparação do
fetiche de Exu. É empregada também em banhos fortes nas pessoas obsediadas. No
uso popular, suas folhas são cozidas para tratar feridas rebeldes e debelar o
reumatismo.
Figo do
Inferno: Somente as folhas pertencentes a este vegetal são de Exu. Na liturgia,
ela é o ponto de concentração de Exu. Não possui uso na medicina popular. De
origem africana. O mesmo que aveloz e gaiolinha.
Folha da
Fortuna: É empregada em todas as obrigações de cabeça, em banhos de limpeza ou
descarrego e nos abôs de quaisquer filhos-de-santo. Na medicina caseira é
consagrada por sua eficácia, curando cortes, acelerando a cura nas
cicatrizações, contusões e escoriações, usando as folhas socadas sobre os
ferimentos. O suco desta erva, puro ou misturado ao leite, ameniza as
conseqüências de tombos e quedas.
G
Gaiolinha:
Origem africana. O mesmo que aveloz.
Gratia dei: O
mesmo que urtiga branca.
Guararema: O
mesmo que pau d’alho.
J
Japecanga:
Ebó de defesa. Banho de descarrego.
Jaracatiá:
Banho à zero hora em encruzilhada aberta.
Juá –
Juazeiro: É usada para complementar banhos fortes e raramente está incluída nos
banhos de limpeza e descarrego. Seus galhos são usados para cobrir o ebó de
defesa. A medicina caseira a indica nas doenças do peito, nos ferimentos e
contusões, aplicando as cascas, por natureza, amargas.
Juciri:
Banho.
Juquilho:
Assento ere exu.
Juquirioba: O
mesmo que juciri e jurubeba.
Jurema Preta:
Tanto na Umbanda quanto no Candomblé, a Jurema Preta é usada nos banhos de
descarrego e nos ebó de defesa. O povo a indica no combate a úlceras e cancros,
usando o chá das cascas.
Jurubeba: O
mesmo que juciri e juquirioba. Utilizada em banhos preparatórios de filhos
recolhidos ao ariaxé. Na medicina caseira, o chá de suas folhas e frutos
propiciam um melhor funcionamento do baço e fígado. É poderoso desobstruente e
tônico, além de prevenir e debelar hepatites. Banhos de assentos mornos com
essa erva propiciam melhoras às articulações das pernas.
L
Limãozinho:
Abo; assento ere exu. Banho.
Lanterna
chinesa: utilizada em banhos fortes para descarregar os filhos atacados por
eguns. Suas flores enfeitam a casa de exú. Popularmente, é usada como
adstringente e a infusão de suas flores é indicada para a inflamação dos olhos.
Laranjeira do
Mato: Seu uso se restringe a banhos fortes, de limpeza e descarrego. Na
medicina caseira ela atua com grande eficácia sobre as cólicas abdominais e
também menstruais.
M
Malvarisco:
Banho.
Mamão Bravo:
Planta utilizada nos banhos de limpeza, descarrego e nos banhos fortes. Além de
ser muito empregada nos ebó de defesa, sendo substituída de três em três dias,
porque o orixá exige que a erva esteja sempre nova. O povo a utiliza para curar
feridas.
Maminha de
Porca: Somente seus galhos são usados no ritual e em sacudimentos domiciliares.
O povo a indica como restaurador orgânico e tonificador do organismo. Sua casca
cozida tem grande eficácia sobre as mordeduras de cobra.
Mamoneira: O
mesmo que carrapateira.
Mamona: Suas
folhas servem como recipiente para arriar o ebó de Exu. Suas sementes socadas
vão servir para purificar o otá de Exu. Não tem uso na medicina popular.
Mandacaru
(cactos): O mesmo que xiquexique.
Mangue
Cebola: No ritual, a cebola é usada nos sacudimentos domiciliares. Corte a
cebola em pedaços miúdos e, entoando em voz alta o canto de Exu, a espalhe pela
casa, nos cantos e sob os móveis. Na medicina caseira, a cebola do mangue
esmagada cura feridas rebeldes. O mesmo que cebola do mato.
Mangueira: é
aplicada nos banhos fortes e nas obrigações de ori, misturada com aroeira,
pinhão-roxo, cajueiro e vassourinha de relógio, do pescoço para baixo. As
folhas servem para cobrir o salão da casa em dias de toque. Na medicina caseira
é usada contra diarréias e asma. O cozimento das folhas, em lavagens vaginais,
põe fim ao corrimento.
Manjerioba:
Utilizada nos banhos fortes, nos descarregos, nas limpezas pessoais e
domiciliares e nos sacudimentos pessoais, sempre do pescoço para baixo. O povo
a indica como regulador menstrual, beneficiando os órgãos genitais. Utiliza-se
o chá em cozimento.
Maria Mole:
Aplicada nos banhos de limpeza e descarrego, muito procurada para sacudimentos
domiciliares. O povo a indica em cozimento nas dispepsias e como excelente
adstringente.
Maria-preta:
O mesmo que erva preá.
Mata Cabras:
Muito utilizado para afugentar eguns e destruir larvas astrais. As pessoas que
a usam não devem tocá-la sem cobrir as mãos com pano ou papel, para depois
despachá-la na encruzilhada. O povo indica o cozimento de suas folhas e caules
para tirar dores dos pés e pernas, com banho morno.
Mata Pasto:
Seus galhos são muito utilizados nos banhos de limpeza, descarrego, nos
sacudimentos pessoais e domiciliares. O povo a indica contra febres malignas e
incômodos digestivos.
Morcegueira:
O mesmo angelim-amargoso.
Mussambé-branco:
O mesmo que mussambé-de-cinco-folhas.
Mussambê de
Cinco Folhas: Sejam eles de sete, cinco, ou três folhas, todos possuem o mesmo
efeito, tanto nos trabalhos rituais, quanto na medicina caseira. Esta erva é
utilizada por seus efeitos positivos e por serem bem aceitas por Exu no ritual
de boas vindas. Na medicina caseira é excelente para curar feridas.
Mussambé-de-espinho:
O mesmo que mussambé-de-cinco-folhas
Mussambé-de-sete-folhas:
O mesmo que mussambé-de-cinco- folhas
Mussambe-de-três-folhas:
O mesmo que mussambe-de-cinco- folhas.
O
Ora-pro-nobis:
É erva integrante do banho forte. Usada nos banhos de descarrego e limpeza. É
destruidora de eguns e larvas negativas, além de entrar nos assentamentos dos
mensageiros Exus. No uso caseiro, suas folhas atuam como emolientes.
P
Palmatória: O
mesmo que xiquexique.
Palmeira
Africana: Suas folhas são aplicadas nos banhos de descarrego ou de limpeza. Não
possui uso na medicina caseira.
Papoula: O
mesmo que cardo-santo.
Pau d'alho:
Os galhos dessa erva são utilizados nos sacudimentos domiciliares e em banhos
fortes, misturadas com aroeira, pinhão roxo, ou pinhão branco. Na medicina
popular é usada para exterminar abscessos e tumores. Usa-se socando bem as
folhas e colocando-se sobre os tumores. O cozimento de suas folhas, em banhos
quentes e demorados, é excelente para o reumatismo e hemorróidas.
Picão da
Praia: Não possui uso ritualístico. A medicina caseira o indica como diurético
e de grande eficácia nos males da bexiga. Para isso utilize-o sob a forma de
chá.
Pimenta-da-costa:
É usado atarê meje para oferta aos orixás.
Pimenta
darda: Aplicada em banhos fortes e nos assentamentos de exú. Na medicina
caseira, suas sementes em infusão são anti-helmínticas, destruindo até ameba.
Pinhão
Branco: Aplicada em banhos fortes misturadas com aroeira. Esta planta possui o
grande valor de quebrar encantos e em algumas ocasiões substitui o sacrifício
de Exu. Suas sementes são usadas pelo povo como purgativo. O leite encontrado
por dentro dos galhos é de grande eficácia colocado sobre a erisipela. Porém,
deve-se ter cuidado, pois esse leite contém uma terrível nódoa que inutiliza as
roupas.
Pinhão Coral:
Usado para banhos de descarrego, no ebó de defesa. Na medicina caseira é usado
contra feridas rebeldes e úlceras malignas.
Pinhão Roxo:
possui as mesmas aplicações nos rituais do pinhão branco, além de ser poderoso
nos banhos de descarrego e limpeza, também em sacudimentos domiciliares,
usando-se os galhos. Não possui uso popular.
Pixirica –
Tapixirica: No ritual faz parte do axé de Exu e Egun. Dela se faz um excelente
pó de mudança que propicia a solução de problemas. O pó feito de suas folhas é
usado na magia maléfica. Na medicina caseira ela é indicada para as palpitações
do coração, para a melhoria do aparelho genital feminino e nas doenças das vias
urinárias.
Pó-de-mico:
Assento ere exu.
Q
Quixambeira -
Quixabeira (norte): É aplicada em banhos de descarrego e limpeza para a
destruição de eguns e ao pé desta planta são arriadas obrigações a Exu e a
Egun. Na medicina caseira, com suas cascas em cozimento, atua como energético
adstringente. Lavando as feridas, ela apressa a cicatrização.
R
Rabo-de-raposa:
O mesmo que xiquexique.
Rompe-gibão:
Banho de descarrego.
S
Sapatinho-do-diabo:
Depois das folhas secas é feito pó benfazejo, para obtenção de bons negócios.
Sape:
Cobertura ile exu. Banho da raiz do pescoço para baixo.
T
Tajujá –
Tayuya: É usada em banhos fortes, de limpeza ou descarrego. A rama do tajujá é
utilizada para circundar o ebó de defesa. O povo a indica como forte purgativo.
Tamiaranga: É
destinada aos banhos fortes, banhos de descarrego e limpeza. É usada nos ebó de
defesa. O povo a indica para tratar úlceras e feridas malignas.
Tejuco: O
mesmo que cabeça-de-negro.
Tintureira:
Utilizada nos banhos fortes, de limpeza ou descarrego. Bem próximo ao seu
tronco são arriadas as obrigações destinadas a Exu. O povo utiliza o cozimento
de suas folhas como um energético desinflamatório.
Tiririca:
Esta plantinha de escasso crescimento apresenta umas pequeninas batatas
aromáticas. Estas são levadas ao fogo e, em seguida, reduzida a pó, o qual
funciona como pó de mudança no ritual. Serve para desocupar casas e, colocadas
embaixo da língua, desodoriza o hálito e afasta eguns. Apelidada pelo aroma que
desprende da batata como dandá-da-costa.
U
Urtiga
Branca: É empregada nos banhos fortes, nos de descarrego e limpeza e nos ebó de
defesa. Faz parte nos assentamentos. O povo a indica contra as hemorragias
pulmonares e brônquicas.
Urtiga Brava:
O mesmo que urtiga-vermelha.
Urtiga
Vermelha: Participa em quase todas as preparações do ritual, pois entra nos
banhos fortes, de descarrego e limpeza. É axé dos assentamentos de Exu e
utilizada nos ebó de defesa. Esta planta socada e reduzida a pó, produz um pó
benfazejo. O povo indica o cozimento das raízes e folhas em chá como diurético.
Urtigão: O
mesmo que cansançao-verdadeiro.
V
Vassourinha
de Botão: Muito empregada nos sacudimentos pessoais e domiciliares. Não possui
uso na medicina popular.
Vassourinha-de-relógio
– sacudimento para fins lucrativos.
Vassourinha
de Relógio: Ela somente participa nos sacudimentos domiciliares, e sacudimento
para fins lucrativos. Não possui uso na medicina caseira.
X
Xiquexique:
Participa nos banhos fortes, de limpeza ou descarrego. São axé nos
assentamentos de Exu e circundam os ebó de defesa. O povo indica esta erva para
os males dos rins.