Racismo: é preciso valorizar e respeitar as diferenças
Casos de racismo, divulgados recentemente, revelam que apesar de o Brasil ser um país exaltado pelo seu multiculturalismo, muitos de seus cidadãos não abraçam essa diversidade e protagonizam atos de humilhação e preconceito. Só em 2013, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) recebeu 425 denúncias de racismo, por meio da ouvidoria. Doze a mais que no ano anterior.
Entre as campanhas existentes na tentativa de dar fim a este mal está a Por uma Infância sem Racismo, lançada pela Unicef em 2010 e ainda com grande repercussão. O foco da ação é combater o racismo na sua origem e, assim, conscientizar as pessoas para uma cultura de valorização e respeito às diferenças. "Sem isso, continuaremos a negar o racismo, perpetuando dessa forma essa situação injusta e desigual. Entretanto, já observamos que há uma sensibilização para o tema. Tanto que diversas organizações, estados e municípios estão aderindo à campanha, difundindo as 10 dicas e desenvolvendo ações de enfrentamento do problema", explica Alexandre Amorim, especialista de comunicação do UNICEF.
As dez dicas às quais o profissional se refere foram elaboradas pela entidade como um manual para contribuir para uma infância sem racismo (confira nas fotos abaixo). Listar essas atitudes, garante Alexandre, foi um trabalho demorado e muito pensado. “Nós não quisemos polarizar, não queríamos criar algozes e mocinhos”, relata.
A discriminação racial que persiste no cotidiano das crianças brasileiras, se reflete nos números da desigualdade entre negros, indígenas e brancos. Um bebê indígena, por exemplo, tem o dobro de chance de morrer antes do primeiro aniversário do que uma criança branca. Na faixa etária entre 7 e 14 anos, de 1,5% das crianças que estão fora da escola, 1% delas são negras e pardas. É justamente a partir dos indicadores sociais que a campanha do Unicef busca chamar atenção para o impacto do racismo na infância e na adolescência.