projeto de lei 992/2011 ALESP
Vamos ao texto?
Nossos argumentos se encontraram. Quanto ao projeto de lei em si, de fato, com o mínimo de bom senso, será derrubado. Acredito que o melhor é aguardar a passagem do mesmo pela comissão de constituição e justiça da ALESP, quando serão verificados questões legais (inclusive se está em desacordo com a Constituição Federal) e só então nos posicionarmos formalmente. Afinal, o que mais observamos são interesseiros políticos de última hora que adoram uma polêmica para chamar os holofotes. Não seremos nós a dar estes 5 minutos de fama.
Como neste ponto estamos concordantes, queria continuar a discussão sobre outra ótica. A da crítica endógena por parte de alguns nobres irmãos que se manifestaram.
Em primeiro lugar é importante frisar que o fato da pessoa ser contra ou a favor ao projeto de lei, não tem problema algum. Cada um se filia com as ideias que mais lhe agradam e está tudo certo. A questão só complica quando observamos as sustentações e para que exista um bom diálogo, só podemos fazer uso da lógica e bom senso. Caso contrário, a discussão se torna estéril, baseada em gosto e não em ideias construtivas.
Sendo assim, convido à reflexão.
O fato do projeto de lei não ser aprovado, não muda nada. Quem faz sacrifício continuará a realizar a prática e quem não faz, continuará a não fazer. Ninguém sai prejudicado. Entretanto, se o projeto virar lei, os cultos que têm este fundamento não poderão mais fazê-lo e isto é cercear a liberdade de culto.
Continuando, observei que alguns adeptos das Religiões Afro-brasileiras questionaram se já não é a hora de acabar com os sacrifícios animais dentro do culto, pois a nossa sociedade "evolui" e futuramente não precisará mais da proteína animal e etc, etc, etc...
Confesso que tenho muitas ressalvas a ideia de evolução e não podemos negar que a nossa sociedade é atualmente predominantemente carnívora, portanto estes cultos não são anacrônicos ou extemporâneos. Pelo contrário, são tão atuais que a nossa sociedade moderna transformou estes atos de alimentação em cadeia produtiva e são sacrificados quantidades enormes de animais por minuto em nossos abatedouros. Lembro também que precisamos conhecer o fundamento antes de criticá-lo. E mesmo aqueles que o conheceram e optaram não fazer, não pode a partir desta experiência julgar quem deve ou não fazer.
Confesso que tenho muitas ressalvas a ideia de evolução e não podemos negar que a nossa sociedade é atualmente predominantemente carnívora, portanto estes cultos não são anacrônicos ou extemporâneos. Pelo contrário, são tão atuais que a nossa sociedade moderna transformou estes atos de alimentação em cadeia produtiva e são sacrificados quantidades enormes de animais por minuto em nossos abatedouros. Lembro também que precisamos conhecer o fundamento antes de criticá-lo. E mesmo aqueles que o conheceram e optaram não fazer, não pode a partir desta experiência julgar quem deve ou não fazer.
Ainda sim, mesmo que os irmãos pensem diferente de mim, vamos combinar, não é por meio de lei que se define fundamento religioso. Isto é algo para o âmbito sacerdotal e não judicial, muito menos, penitenciário.
Também li questionamentos sobre se na Umbanda este fundamento é utilizado. Não vou me deter muito aqui, pois sempre que este assunto é tocado a discussão parte para críticas pessoais e não de ideias. Mas não posso deixar de afirmar que a Umbanda Omolokô, Traçada, Umbandomblé, Candomblé de Caboclo utilizam o fundamento. Até mesmo a Umbanda Branca, oriunda de Zélio de Moraes, faz uso até os dias de hoje. Afinal, até os primeiros anos deste milênio se sacrificava anualmente um porco castrado e ainda hoje são oferendados elementos que contém carne de diversas procedências.
Mas mesmo que estas "Umbandas" não fizessem uso do sacrifício, existem outros setores como o Candomblé que fazem e todos nós somos das Religiões Afro-brasilerias. Não vamos defender os direitos dos nossos irmãos?
Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)