sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

24/01/2014 - POVO CIGANO



Ficheiro:Roma flag.svg
BANDEIRA DO POVO ROM (POVO CIGANO)




SOBRE A RODA QUE NA BANDEIRA REPRESENTADA ESTÁ:
"(...) RODA: O grande símbolo geométrico do Povo Cigano é o Círculo Raiado (representando a roda da carroça que gira pelas estradas da vida) provando a não linearidade do tempo e do espaço. Simboliza a Samsara, representando o ir e vir, o circular, o passar por diversos estados, o ciclo da vida, morte e renascimento, e é usado para atrair a grande consciência, a evolução, o equilíbrio. É o grande símbolo cigano, e é representado pela roda dos vurdón que gira. Samsara (sânscrito) - Literalmente significa "viajando". O ciclo de existências, uma sucessão de renascimentos que um ser segue através de vários modos de existências até que alcance da liberação.
Vurdón (romanês ou romani - dialeto cigano) - Significa "carroção". (...)".
SOBRE A BANDEIRA: 
"(...) A Bandeira como está foi instituída como símbolo internacional de todos os ciganos do mundo no ano de 1971, pela International Gypsy Committee Organized, no First World Romani Congress( primeiro congresso mundial cigano), realizado em Londres.
Seu significado:
A roda vermelha no centro simboliza a vida, representa o caminho a percorrer e o já percorrido, a tradição como continuísmo eterno, se sobrepõe ao azul e ao verde com seus aros representando a força do fogo, da transformação e movimento.
O azul:
Representa os valores espirituais, a paz, a ligação do consciente com os mundos superiores, significando a libertação e a liberdade.
O verde:
Representa a mãe natureza, a terra, o mundo orgânico (subterrâneo), a força e a luz do crescimento vinculado com as matas, com os caminhos desbravados e aberto pelos ciganos. Representa o sentimento de gratidão e respeito pela terra, o que ela nos oferece, de preservação pela natureza. Simboliza também a relação de respeito por tudo que ela nos oferece proporcionando a sobrevivência do homem e a obrigação de ser respeitada pelo homem que dela retira seus suprimentos, devendo mante-la defesa. (...)". (http://sentidocigano.com.br/historias_1.html

SAIBA AINDA, SOBRE O POVO CIGANO:
"CIGANOS
A história dos ciganos pode ser dividida em três partes: a origem, a dispersão e a situação atual. Como, porém, em uma parte posterior deste trabalho será aprofundado o item situação atual, não cabe neste capítulo relativo à história abordar esses dados. Serão apresentadas, então, as questões ligadas a sua origem até a chegada ao Brasil. 

Os ciganos fazem parte de uma etnia de cultura própria, rica, já que por variadas razões encontram-se dispersos por todo o mundo, tendo passado, em suas andanças, por diferentes países, legando e enriquecendo a sua cultura. Uma pequena parcela, hoje em dia, ainda é nômade, mas a maioria, como no caso dos ciganos do Rio de Janeiro, é seminômade e sedentária.

Segundo Arthur R. Ivatts, sociólogo, educador britânico e assessor da Comissão Consultiva para a Educação dos Ciganos e Outros Nômades, a concentração maior desse povo fica na Europa, ou seja, da população mundial cigana, mais ou menos a metade é residente na Europa, sendo que dois terços na Europa Oriental, e, parte reside ainda, no norte e no sul da África, no Egito, na Argélia e no Sudão. Nas Américas, o contingente está distribuído dos Estados Unidos à Argentina, tendo uma maior concentração no território brasileiro. 

Devido ao modo de vida cigano, é difícil calcular o número exato deles, mas, segundo Ivatts, em 1975, sem contar com a Índia e o sudeste asiático, os ciganos eram, em média, cerca de sete a oito milhões em todo o mundo.

Antes de desenvolver o tema, é preciso deixar claro que o termo cigano é genérico, assim como índio, ou seja, dentro dessa etnia existem subdivisões e, nelas, existem famílias que fazem das tradições uma cultura própria de acordo com o subgrupo ao qual pertencem. No Brasil, mais particularmente no Rio de Janeiro, existem dois grandes grupos de ciganos: o Rom e o Calom.


O grupo Rom é mais disperso, pois, devido a sua origem extra-Ibérica, é encontrado no mundo todo, da União Soviética à Argentina. São os considerados ciganos autênticos e tradicionais. No Rio de Janeiro, foram contactadas famílias de três grupos rons: o Kalderash, o Khorakhanè e o Ragare.


Os nomes dos subgrupos são apresentados por força de uma profissão própria e predominante na família através dos tempos, como os kalderashès (ferreiros, caldeireiros, produtores de panelas, parafusos, utensílios, chaves, pregos, ferramentas, selas, cintos e outros objetos de couro). Alguns são exibidores de feras amestradas, os circenses (lovares) e (manushes). Outros ainda, que eram antigos negociantes de cavalos, atualmente, negociam com carros, sendo também exímios comerciantes, mecânicos e lanterneiros, como os ciganos do grupo Calom. Há também os que vendem ouro, jóias, roupas, tapetes, que são os mercadores ambulantes ou feirantes.
 
Os ciganos do grupo Calom situam-se, na Espanha — particularmente em Andaluzia, onde existe a maior concentração de calons — em Portugal, na África do Norte e no sul da França, são os chamados ciganos Ibéricos. Há muitos anos, alguns desse grupo foram deportados ou emigraram para as Américas, existindo, assim, uma grande parte desses ciganos no Brasil.


Diferenciam-se dos rons ( Romá) pelo aspecto físico, dialeto e costumes. Sua maioria encontra-se nômade, principalmente no Norte e Nordeste, mas uma grande parte já está totalmente sedentarizada, principalmente no Rio de Janeiro. Muitos exercem profissões ligadas à justiça: juízes, promotores, advogados, oficiais de justiça e policiais.


Os grupos e os subgrupos serão conhecidos minuciosamente no decorrer deste trabalho, mas, para finalizar essa visão histórica, é importante mencionar que o termo rom significa cigano para qualquer cigano, pois calom, como são conhecidos os ciganos Ibéricos, é o dialeto utilizado por estes desde a época da repressão na Espanha e em Portugal. O Romanês ou Romani, língua mundial cigana, traz a palavra rom significando homem, cigano e marido.
A ORIGENS
A origem indiana dos ciganos é hoje admitida por todos os estudiosos. População indo-européia, mais especialmente indo-iraniana: não há dúvidas quanto ao que diz respeito à língua e à cultura. Os indianistas modernos, no entanto, têm tendência a não considerá-lo um grupo homogêneo, mas um povo viajante muito antigo, composto de elementos diversos, alguns dos quais poderiam vir do sudeste da Índia. 

A maior parte dos indianistas, porém, fixa a pátria dos ciganos no noroeste da Índia. A maioria, igualmente, os ligam à casta dos párias. Isso em parte por causa de seu aspecto miserável, que não se deve a séculos de perseguição, pois foi descrito bem antes da era das perseguições. Também por causa dos empregos subalternos e das profissões geralmente desprezadas na Índia contemporânea pelos indianos que lhes parecem estreitamente aparentados. 

Um dos nomes mais freqüentemente dados aos ciganos era o de Egypcios. Por que esse nome, por que os títulos de duque ou conde do Pequeno Egito adotados com freqüência pelos chefes ciganos? Uma crônica de Constâncio menciona os "Ziginer", que visitam, em 1438, a cidade de uma ilha "não distante do Pequeno Egito". Um dos principais centros na costa do Peloponeso encontrava-se ao pé do monte Gype, conhecido pelo nome de Pequeno Egito. 

Pode-se perguntar por que o local era chamado de Pequeno Egito. Não seria justamente por causa da presença dos Egypcios? O certo é que não pode se tratar do Egito africano. O itinerário das primeiras migrações ciganas não passa pela África do Norte. O geógrafo Bellon, ao visitar o vale do Nilo no século XVI, encontra, diz ele, pessoas designadas de Egypcios na Europa, pessoas que no próprio Egito eram consideradas estrangeiras e recém-chegadas.

Nenhum argumento histórico ou lingüístico permite confirmar a hipótese de algum êxodo dos ciganos do Egito, ao longo da costa africana para ganhar, pelo sul, a península ibérica. Ao contrário, os ciganos chegaram à Espanha pelo norte, depois de terem atravessado toda a Europa. 

O cigano designa a si próprio como Rom, pelo menos na Europa (Lom, na Armênia; Dom, na Pérsia; Dom ou Dum, Síria) ou então como Manuche. Todos esses vocábulos são de origem indiana (manuche, ou manus, deriva diretamente do sânscrito) e significam "homem", principalmente homem livre. "Rom" e "Manuche" se aplicam a dois dos principais grupos ciganos da Europa Ocidental. Uma designação logrou êxito, a de uma antiga seita herética vinda da Ásia Menor à Grécia, os Tsinganos, dos quais subsistia - quando da chegada dos ciganos à terra bizantina - a fama de mágicos e adivinhos. 

Os gregos diziam Gyphtoï ou Aigyptiaki; os albaneses, Evgité. Depois que partiram das terra gregas, ficou-lhes esse nome, sob diversas formas. O nome Égyptien era de uso corrente na França do séc. XV ao XVII. Em espanhol, Egiptanos, Egitanos, posteriormente Gitanos (de onde surgiu Gitans em francês); às vezes em português Egypcios; em inglês Egypcians ou Egypcions, Egypsies, posteriormente Gypsies; em neerlandês, Egyptenaren, Gipten ou Jippenessen.
 

LÍNGUA 

A língua cigana (o romani) é uma língua da família indo-européia. Pelo vocabulário e pela gramática, está ligada ao sânscrito. Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri. No entanto, eles assimilariam muitos vocábulos das línguas dos países por onde passaram.

RELIGIÃO

Os ciganos, ao deixarem a Índia, não carregaram suas divindades. Eles possuíam na sua língua apenas uma palavra para designar Deus (Del, Devel). Eles se adaptaram facilmente às religiões dos países onde permaneceram. No mundo bizantino, tornaram-se cristãos. Já no início do século XIV, em Creta, praticavam o rito grego. Nos países conquistados pelos turcos, muitos ciganos permaneceram cristãos enquanto que outros renderam-se ao Islã. Desde suas primeiras migrações em direção ao Oeste eles diziam ser cristãos e se conduziam como peregrinos. 

A peregrinação mais citada em nossos dias, quando nos referimos aos ciganos, é a de Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue (sul da França). Antigamente era chamada de Notres-Dames-de-la-Mer. Mas não foi provado que, sob o Antigo Regime, os ciganos tenham tomado parte na grande peregrinação cristã de 24 e 25 de maio, tão popular desde a descoberta no tempo do rei René, das relíquias de Santa Maria Jacobé e de Santa Maria Salomé, que surgiram milagrosamente em uma praia vizinha. Nem que já venerassem a serva das santas Marias, Santa Sara a Egípcia, que eles anexarão mais tarde como sua compatriota e padroeira. 

A origem do culto de Santa Sara permanece um mistério e foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual à Camargue.
 
A FAMÍLIA CIGANA
A família é sagrada para os ciganos. Os filhos normalmente representam uma forte fonte de subsistência. As mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos. Os homens, atingida uma certa idade, são freqüentemente iniciados em outras atividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais.

Além do núcleo familiar, a família extensa, que compreende os parentes com os quais sempre são mantidas relações de convivência no mesmo grupo, comunhão de interesses e de negócios, possuem freqüentes contatos, mesmo se as famílias vivem em lugares diferentes.
 

Além da família extensa, há entre os rom um conjunto de várias famílias( não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo e ao mesmo subgrupo. 

O nômade é por sua própria natureza individualista e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre Sintos e Rom, deve-se reconhecer o respeito existente com os mais velhos, aos quais sempre recorrem. Entre os Rom a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnítori, isto é, por aquele que preside a kris. 

A kris é um verdadeiro tribunal cigano, constituído pelos membros mais velhos do grupo e se reúne em casos especiais, quando se deve resolver problemas delicados como controvérsias matrimoniais ou ações cometidas com danos para membros do mesmo grupo. Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar, e a decisão unilateral cabe aos membros anciães designados, presididos pelo krisnítori, que após haver escutado as partes litigantes, decidem, depois de uma consulta, a punição que o que estiver errado deverá sofrer.

Recentemente, a controvérsia se resolve ,em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa, que pode chegar a vários milhares de dólares; no passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em penas corporais.
 
A família constitui o núcleo básico de toda e qualquer sociedade e quanto mais forte, harmonioso e unido for este núcleo, por extensão, mais sólida e bem estruturada será a sociedade onde ele está inserido. Os ciganos vêem cada família como uma célula-mãe, que contribui para formar um grupo. A família representa a unidade que, juntando-se a outras, forma o clã, que para ser respeitado como um todo deve respeitar suas unidades constituintes. Com certeza é este profundo sentido de composição familiar que tem preservado vivo e unido o povo cigano ao longo dos séculos, não permitindo inclusive que este sentido se contamine e se degenere com acontecimentos cada vez mais comuns em nossos dias como a separação entre casais, afastamento de filhos.
Este caos familiar não acontece, às custas de esforço e trabalho amoroso e perseverante dos ciganos, para que sempre possa reinar tranquilidade na familia. (Ciganos,Os filhos Mágicos da Natureza-Rosaly Mariza Schepis)
 
COSTUMES
Os ciganos não representam um povo compacto e homogêneo, mesmo  pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fracionada no tempo, e que desde a origem fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialetos diferentes.

As diferenças no tipo de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns, contra a tendência à sedentarização de outros gera uma série de contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade de conviver pacificamente.

Em linhas gerais, os Sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura dos pais. Talvez este fato não seja recente, mas de qualquer modo é atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram. 

Quanto aos Rom de imigração mais recente, se nota ao invés uma maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos costumes próprios dos diversos subgrupos. Sua origem desde países essencialmente agrícolas e ainda industrialmente atrasados (leste europeu) favoreceu certamente a conservação de modos de vida mais consoantes à sua origem. 

Não é possível, também em razão da variedade constituída pela presença conjunta de vários grupos, fornecer uma explicação detalhada das diversas tradições. Alguns aspectos principais, ligados aos momentos mais importantes da existência, merecem ser descritos, ao menos em linhas gerais. 

Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza coligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. Hoje a situação não é mais tão rígida; o aleitamento dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos.

No casamento tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. Um cigano pode casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não cigana, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições ciganas. 

A importância do dote é fundamental especialmente para os Rom; no grupo dos Sintos se tende a realizar o casamento através da fuga e conseqüente regularização. Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o sustento da família e com o cuidado dos menores.

No que se refere à morte, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Junto aos Sintos parece prevalecer o costume de queimar-se a kampína (o trailer) e os objetos pertencentes ao defunto. 

Entre os ritos fúnebres praticados pelos Rom está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância do alimento e das bebidas exprimem o desejo de paz e felicidade para o defunto.
NASCIMENTO
Uma criança sempre é bem vinda entre os ciganos. É claro que sua preferência é para os filhos homens, para dar continuidade ao nome da família. A mulher cigana é considerada impura durante os quarenta dias de resguardo após o parto. 

Logo que uma criança nasce, uma pessoa mais velha, ou da família, prepara um pão feito em casa, semelhante a uma hóstia e um vinho para oferecer ás três fadas do destino, que visitarão a criança no terceiro dia, para designar sua sorte. Esse pão e vinho será repartido no dia seguinte com todos as pessoas presentes, principalmente com as crianças. 

Da mesma forma e com a finalidade de espantar os maus espíritos, a criança recebe um patuá assinalado com uma cruz bordada ou desenhada contendo incenso. O batismo pode ser feito por qualquer pessoa do grupo e consiste em dar o nome e benzer a criança com água, sal e um galho verde. O batismo na igreja não é obrigatório, embora a maioria opte pelo batismo católico.
 
RITUAL DE NASCIMENTO

O cigano preserva muito a sua sorte. 
Existem várias crenças para mantê-la, da vida uterina até a morte. 
Diariamente a gestante cigana faz um ritual simples para que a criança ao nascer tenha sorte: ao avistar os primeiros raios de sol, passa a mão em sua barriga; da mesma forma, logo que vê os primeiros raios de luar, ela repete o gesto, desejando sorte e felicidade para o bebê.
Esta é a forma dela saudar as forças da natureza e pedir-lhe as bênçãos de suas luzes para a vida que já existe em seu ventre.
No sétimo dia após o nascimento da criança a mãe dá um banho no bebê, jogando moedas e jóias de ouro e pétalas de rosas em sua água, para que o filho ou filha conheça sempre a fartura , a prosperidade e a riqueza.
 
CASAMENTO
Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias. 

O casamento é uma das tradições mais preservadas entre os ciganos, representa a continuidade da raça, por isso o casamento com os não ciganos não é permitido em hipótese alguma. Quando isso acontece a pessoa é excluída do grupo. 

É pelo casamento que os ciganos entram no mundo dos adultos. Os noivos não podem Ter nenhum tipo de intimidade antes do casamento. Quando o casamento acontece, durante três dias e três noites, os noivos ficam separados dando atenção aos convidados, somente na terceira noite é que podem ficar pela primeira vez a sós. 

Mesmo assim, a grande maioria dos ciganos no Brasil, ainda exigem a virgindade da noiva. A noiva deve comprovar a virgindade através da mancha de sangue do lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indenização para os pais do noivo.

No caso da noiva ser virgem, na manhã seguinte do casamento ela se veste com uma roupa tradicional colorida e um lenço na cabeça, simbolizando que é uma mulher casada. Durante a festa de casamento, os convidados homens, sentam ao redor de uma mesa no chão e com um pão grande sem miolo, recebem dos os presentes dos noivos em dinheiro ou em ouro. 

Estes são colocados dentro do pão ao mesmo tempo em que os noivos são abençoados. Em troca recebem lenços e flores artificiais para a mulheres. Geralmente a noiva é paga aos pais em moedas de ouro, a quantidade é definida pelo pai da noiva.
 
MORTE
Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor de seus antepassados que partiram. Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda para que ela possa pagar o canoeiro a travessia do grande rio que separa a vida da morte. 

Antigamente costumava-se enterrar as pessoas com bens de maior valor, mas devido ao grande número de violação de túmulos este costume teve que ser mudado. Os ciganos não encomendam missa para seus entes queridos, mas oferecem uma cerimônia com água, flores, frutas e suas comidas prediletas, onde esperam que a alma da pessoa falecida compartilhe a cerimônia e se liberte gradativamente das coisas da Terra. 

As cerimônias fúnebres são chamadas "Pomana" e são feitas periodicamente até completar um ano de morte. Os ciganos costumam fazer oferendas aos seus antepassados também nos túmulos.
 
 
MÚSICA CIGANA

Foi na Europa central e oriental que a música cigana (vocal e instrumental) teve – e continua a ter – seu público mais fiel e apaixonado. Os elementos musicais turco-árabes, recolhidos pelos músicos ciganos nas cores dos paxás e dos beis, floresceram na Hungria com a incorporação dos instrumentos, da técnica, da orquestração e da harmonização europeus. 

Desde o século XVII, os senhores magiares mantinham orquestras ciganas.

Dois nomes ficaram na história: o do cimbalista Simon Banyak, protegido da imperatriz Maria Teresa, e Janos Bihari, autor de "Kronunhs", música para o coração da imperatriz Maria Luisa da Hungria, em 1808.

Assim como na Hungria e na Transilvânia, os ciganos eram numerosos na Moldávia, na Valáquia e nos países que viviam a formar a Iugoslávia. Grupos de cantores ciganos foram introduzidos na Rússia pelo conde Aléxis da Moldávia, sob o reinado de Catarina, a Grande, e fizeram enorme sucesso nos anos que se seguiram à guerra de 1812 contra Napoleão.

A música cigana espanhola, conhecida desde os tempos de Cervantes, ganhou popularidade universal com o canto jondo.

Vários compositores europeus foram intensamente influenciados pelos ciganos. Além de Liszt, o mais conhecido, também Haydn, Schubert, Beethoven e Brahms.
 
Quando os ciganos deixaram o Egito e a Índia, eles passaram pela Pérsia, Turquia, Armênia, chegando até a Grécia, onde permaneceram por vários séculos antes de se espalharem pelo resto da Europa. 

A influência trazida do oriente é muito forte na música e na dança cigana. A música e a dança cigana possuem influência hindu, húngaro, russo, árabe e espanhol. Mas a maior influência na música e na dança cigana dos últimos séculos é sem dúvida espanhola, refletida no ritmo dos ciganos espanhóis que criaram um novo estilo baseado no flamenco. 

Alguns grupos de ciganos no Brasil conservam a tradicional música e dança cigana húngara, um reflexo da música do leste europeu com toda influência do violino, que é o mais tradicional símbolo da música cigana. Liszt e Beethoven buscaram na música cigana inspiração para muitas de suas obras. 

Tanto a música como a dança cigana sempre exerceram fascínio sobre grandes compositores, pintores e cineastas. Há exemplos na literatura, na poesia e na música de Bizet, Manuel de Falla e Carlos Saura que mostram nas suas obras muito do mistério que envolve a arte, a cultura e a trajetória desse povo. 

No Brasil, a música mais tocada e dançada pelos ciganos é a música Kaldarash, própria para dançar com acompanhamento de ritmo das mãos e dos pés e sons emitidos sem significação para efeito de acompanhamento. Essa música é repetida várias vezes enquanto as moças ciganas dançam.
 
 
DANÇA CIGANA

Danças ciganas sempre foram atração especial nas cortes européias, a começar pela francesa. Desde o tempo de Henrique IV apresentavam-se dançarinos ciganos no castelo de Fontainebleau e na residência da marquesa de Sévigné. Moliére, em O Casamento Forçado, introduz no palco um grupo de ciganos e ciganos dançando ao som de pandeiros. Numa das apresentações, o próprio Luís XIV dançou vestido de cigano.

Na Turquia, a dança era uma das profissões ciganas mais características. O cortejo das tropas de Constantinopla que desfilou para sultão Mourad IV, no século XVII, tinha, após a seção dos músicos, uma seção de dançarinos, entre os quais numerosos ciganos.

Em Portugal, a Farsa das Ciganas, de Gil Vicente, apresentada em 1521, mostrava quatro mulheres ciganas que cantavam e dançavam.

Foi na Espanha, entretanto e, sobretudo nas terras do sul, no antigo reinado de Granada, que a dança cigana floresceu em seu terreno mais fértil. De seu encontro com a arte árabe nasceria o inigualável flamenco da Andaluzia.
 
EXPRESSÃO DA ALMA
A Dança Cigana

Dentro de cada um de nós,existe um pouco da alma cigana. Repare nos segredos da natureza, no olhar das crianças, no caminhar à noite, sob a luz do luar e das estrelas.
Dançar e bater palmas por tudo que a vida e a natureza nos oferecem. Vamos ailar!
*dança com xales-revelam sensualidade e sedução. *dança com leques- harme,emoção,devem ser tratados com energia e delicadeza. *dança com pandeiros-festejo e muita alegria. *dança com echarps ou lenços-é usada para celebrar uma união.
 

FESTA CIGANA
"Somos um povo festeiro"! Adoramos festas, mesmo sem motivo algum, uma simples reunião pode se transformar numa festa. As principais festas dos ciganos são realizadas por ocasião dos ritos de passagem: nascimento, batismo e casamento.
Ainda assim, como povo místico, quando há pessoas para fazer uma novena, fazemos festa.  Festejamos um dia de domingo, o sol, a lua, etc... As mulheres colocam suas melhores roupas, usando várias saias sobrepostas, muitas jóias, ouro e prata, os cabelos soltos irradiando beleza. Os ciganos, usarão suas melhores botas, calças de cor escura, blusas de cor berrante, bem passadas, com coletes e chapéus e lenços. O melhor cachimbo será fumado, seus ouros estarão à vista. A música tradicional úngara, portuguesa, espanhola, tocada sem parar. Os mais velhos conversam, lembrando com amor os antepassados. Haverá muito barulho, risadas, danças, pandeiros, muito brilho noite à dentro! Estas oportunidades de celebrar o povo cigano, nunca pode ser perdida!
Optchá!
 
Músicas
  • Betchary
  • Paco de Lucia
  • Alexandre Flores
  • Gipsy Kings
  • Thierry Robin
Filmes
  • Transylvania - Tony Gatlif
  • Gitano - Manuel Palacios
  • El Amor Bruxo - Carlos Saura
  • Carmem
  • Porque Choram os Homens
 
TCHÁIO ROMANÔ
Este chá está presente em todas as festas ou acontecimentos dos clãs. É muito mais que um chá, é uma composição de magia onde os elementos nos purificam para que possamos estar sempre em comunicação com os grandes mestres astrais. São sete ingredientes, todos com significado especial: água,para purificar chá(preto),para alimentar maçã,para o amor uvas,para fertilidade(de tudo:idéias,criação,etc)
damasco,como afrodisíaco limão,para afastar a negatividade morango,para trazer a felicidade *como fazer: faça o chá normal,em uma xícara coloque uma ou mais
de cada fruta pequena e um pedaço de cada fruta grande,derrame o
chá suavemente,e vá amassando delicadamente as frutas,para tirar
 
DIA 08 DE ABRIL
DOMINGO DE PÁSCOA - DIA INTERNACIONAL DOS CIGANOS
Em oito de abril se comemora o Dia Internacional dos Ciganos (Romá). Nesta data, em 1971, foi realizado o Primeiro Congresso Cigano (Romá), em Londres, presidido por Yul Bryner. Desde então, se faz um reconhecimento da cultura e do povo cigano em mobilizações que a cada ano adquire maior relevância mundial. Atendendo a uma solicitação do governo indiano, pátria-mãe do povo rom, celebramos a memória de todos os gitanos que deram suas vidas para que nossas leis sempre fossem respeitadas, e nossas tradições observadas pelos nossos. Num ato singelo, levamos flores aos rios e atiramos às águas como sinal de respeito e gratidão pelos nossos ancestrais. Então, o dia 8 é celebrado mundialmente o DIA INTERNACIONAL DO POVO CIGANO. E neste ano, a data coincide com a Páscoa, outra festa muito celebrada pelo povo Rom. Elevem seus pensamentos nesse dia também pela memória dos 500 mil que foram assassinados nos campos de concentração e por todos que lutam pelo fim do preconceito racial.
A Páscoa na Cultura Cigana
A Cultura Cigana, prima por uma religiosidade muito forte, perante a vida, se mesclando nas tarefas comuns do dia a dia, fazendo com que a nossa vida, seja permeada de magia. Nossa religiosidade ímpar, que agrupa elementos de varias linhas de magia, tem uma influencia grande, nos ritos do calendário de Cristo. Pelo amor que temos a Cristo, e por crer nos seus ensinamentos absolutos, na seara da caridade e amor ao próximo. Sendo assim a semana santa, nos trás alegrias e oportunidades para que se faça vários tipos de magias. Durante a semana (de segunda a quinta feira), fazemos nossos pedidos, para as "Almas", reforçando nossos pedidos mais urgentes. Na sexta feira, nos abstemos dos jogos de baralho (pois além de mal- pressagio, é desrespeito). Mas podemos fazer alguma magia exatamente às 15:00 hs para alguma necessidade, que nos aflige e que necessitamos resposta rápida
SANTA SARA KALI
 
A Cigana Escrava que Venceu os Mares com sua Fé e Virou Santa
Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.

Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. 

Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. 

Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. 
Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. 

Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana) "Lilá Romai: Cartas Ciganas", escrito por Mirian Stanescon - Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: "Dalto chucar diklô" (Te darei um bonito lenço). 

Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem.
E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.

Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos. 

Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo.

A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamá-la de DY CHUCÔ (ventre seco). 

Talvez seja este o motivo das mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade
BANDEIRA CIGANA
 
A Bandeira como está foi instituída como símbolo internacional de todos os ciganos do mundo no ano de 1971, pela International Gypsy Committee Organized, no First World Romani Congress( primeiro congresso mundial cigano), realizado em Londres.
Seu significado:
A roda vermelha no centro simboliza a vida, representa o caminho a percorrer e o já percorrido, a tradição como continuísmo eterno, se sobrepõe ao azul e ao verde com seus aros representando a força do fogo, da transformação e movimento.
O azul:
Representa os valores espirituais, a paz, a ligação do consciente com os mundos superiores, significando a libertação e a liberdade.
O verde:
Representa a mãe natureza, a terra, o mundo orgânico (subterrâneo), a força e a luz do crescimento vinculado com as matas, com os caminhos desbravados e aberto pelos ciganos. Representa o sentimento de gratidão e respeito pela terra, o que ela nos oferece, de preservação pela natureza. Simboliza também a relação de respeito por tudo que ela nos oferece proporcionando a sobrevivência do homem e a obrigação de ser respeitada pelo homem que dela retira seus suprimentos, devendo mante-la defesa.
 
HINO INTERNACIONAL CIGANO
Consagrou-se  oficialmente durante o Primeiro Congresso Cigano em 1971 em Londres, como o Hino Internacional dos Ciganos uma adaptação feita em uma canção popular cigana dos países europeus, com versos inspirados nos ciganos que foram reclusos nos campos de concentração durante a segunda guerra mundial de autoria do Rom yugoslavo Jarko Jovanovic, de nome DGELEM, DGELEM. Cuja letra segue abaixo em romanez e em seguida traduzida para o português para conhecimento de seu conteúdo. Com versão  nova dada por Seronia Vishnevsky (lovari)
                             Dgelem, Dgelem
Dgelem, Dgelem lungone dromentsa
Maladjilem bhartalé romentsa  
Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)  
Naís tumengue shavale
Patshiv dan man romale  
Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)  
Vi mande sas romni ay shukar shavê
Mudarde mura família
Lê katany ande kale  
Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)  
Shinde muro ilô
Pagerde mury luma  
Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)
Opré Romá
Aven putras nevo dromoro  
Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)  
Tradução para o português:  
 Caminhei, caminhei longas estradas
Encontrei-me com romá (ciganos) de sorte  
Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos
 
  Traduzindo...
Obrigado rapazes ciganos
Pela festa louvor que me dão
Eu também tive mulher e filhos bonitos
Mataram minha família
Os soldados de uniforme preto  
Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos  
Cortaram meu coração
Destruíram meu mundo  
Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos  
Pra cima Romá (Ciganos)
Avante vamos abrir novos caminhos  
Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos!!!
 
 
Destarte é claro hoje que o povo cigano foi vítima de preconceitos injustos e sem fundamento, em vista de seus hábitos de vida, roupagens e cerimoniais, entretanto, jamais se tiveram notícias de que houvessem provocado qualquer desajuste social ou entre nações ou deles participado, pela sua própria característica de ser um povo alegre, festeiro, amante da natureza e altivo, um povo orgulhoso de sua raça a ponto de contagiar aqueles não ciganos com sua graça e simpatia. Um povo que ao longo do tempo demonstrou muita sabedoria e união, caso contrário não os teríamos ainda presentes entre nós.
                             Vítimas de perseguição e injustiças destaca-se entre elas o ocorrido na segunda guerra mundial, onde milhares de ciganos foram recolhidos aos campos de concentração e desapareceram, acreditando-se que muito embora não se tenha dado fidedigno de números e quantidades, deve estar em torno ou por volta de dois milhões de ciganos desaparecidos na ocasião.
        
Hoje já se tem no Brasil a exemplo da Europa e do mundo o Instituto de Defesa dos Direitos da Etnia Cigana entre outros, que pretende agregar os Irmãos ciganos e não ciganos na compreensão de se fazer valer os direitos e garantias atinentes ao Povo Cigano, desejando combater pacifica e legalmente a discriminação, preconceitos e assim por diante. Bem como promover uma melhor comunicação e conhecimento a respeito, reivindicando benefícios e direitos em geral.
DITADOS
Vários ditados ciganos em Romanês fazem alusão à benção de gerar filhos:

• "E JULI QUE NAILA CHAVÊ TSHI NAKEU PA TRAIO"
( A mulher que não tem filho passa pela vida e não vive);

• "MAI FALIL IEC CHAU ANDO DJY, DIKÊ IEK GUNÔ PERDO GALBENTSA"
( Mais vale um filho no ventre do que um baú cheio de moedas de ouro);

• "NAI LOVÊ ANDÊ LUMA CAI POTINEL IEC SHAVO"
( Não existe dinheiro no mundo que pague um filho).

Dentro da comunidade cigana, o casal em que um dos dois seja impossibilitado de ter filhos, embora amando-se, a comunidade faz com que se separem, porque o amor que se têm pela perpetuação da raça supera ou abafa qualquer outro sentimento.

A família, para o povo cigano, é o seu maior patrimônio.
O maior axioma do Povo Cigano diz simplesmente: "A sabedoria é como uma flor, de onde a abelha faz o mel e a aranha faz o veneno, cada uma de acordo com a sua própria natureza".
* "Ser cigano é, antes de tudo, um estado de espírito".

*" Águia voa alto,mas com as asas cortadas não passa
de galinha grande".

* "Um rato com uma rosa na cabeça, sempre será um
rato".

*"O galo pode cantar quantas vezes quiser, mas nunca
porá ovos".

*"Quando não se quer ver, para que serve uma estrela?"

*"Cachorro correndo sozinho, sempre se acha o mais veloz
do mundo".       
 
 
 
O INCENSO NAS FALANGES CIGANAS

Alguns dos incensos e suas funções astrais:
· MADEIRA: para abrir os caminhos
· ALMISCAR: para favorecer os romances
· JASMIM: para o amor
· LOTUS: paz, tranqüilidade
· BENJOIM: para proteção e limpeza
· SANDALO: para estabelecer relação com o astral
· MIRRA: incenso sagrado usado para limpar após os rituais e durante eles e também usado quando vai se desfazer alguma demanda ou feitiço.
· LARANJA: para acalmar alguém ou ambiente.

Todo incenso deve ser usado com cautela nunca em demasia como fazem algumas pessoas e deve ser sempre dirigido a alguma causa. Não deve ser utilizado simplesmente por usar, por nada ou sem motivo, deve sempre ter um dono que o receba e que tenha seu nome pronunciado no momento do pedido. O incenso é um expediente sagrado e tem sido usado em rituais sagrados de toda espécie desde que o homem é homem. 

Mantém um poder grande de evocação espiritual e astral e não deve ser usado tão somente para perfumar ambientes ou sem causa porque sempre estaria alcançando uma egrégora qualquer com a vibração que provoca e que está quieta em seu lugar, tem o condão de atrair energia de toda espécie e dos dois planos astrais, negativo e positivo, tem força de ritual e de alimento também, tem força de rejeição ou de atração dependendo do patamar alcançado e da situação especial de quem as ascende. 

É por demais conhecido no mundo da mística astral e por vezes seu uso ou o que emana no mundo imaterial chega a ser disputado quando não pertence a ninguém que o esteja recebendo, podendo muitas vezes provocar visitas ansiosas por novos incensos a serem utilizados.

Pode parecer simples e de nenhuma gravidade, bem como aconselhado em outras egregoras como de bom agouro e condutor de sorte, limpeza e bom astral, em algumas vezes até como calmante ou nivelação energética de ambientes, contudo, seu uso como tudo no mundo deve ser feito com o critério necessário e mantida a relação correta com o que e quem se pretende atingir, na sua ardência e utilização, sem contar com as preferencias milenares já existentes em alguns casos, no mundo imaterial por uma avalanche de viventes e energias de tipos diversos. 

O uso inadvertido ou pouco conhecido de determinados instrumentos destinados, regra geral a rituais, consagrações e outros tantos motivos, não é aconselhável. Fato que nos leva à necessidade de orientação, pesquisa e instrução à respeito. As coisas que por vezes nos parecem muito simples e que por qualquer motivo nos faz um aparente bem, mas que não esteja dentro de nosso domínio de conhecimento, requer maior atenção e aprendizado. 

Quando se tratar de espírito cigano, com certeza ele indicará o incenso de sua preferencia ou de sua necessidade naquele momento, regra geral o incenso mantêm sempre correspondência com a área de atuação dele ou dela ou do trabalho que estará sendo levado a efeito. Quando se tratar de oferendas e já não estiver estipulado o incenso certo para acompanhar e houver sua necessidade solicitada, bem como nas consagrações o incenso que deve acompanhar devera sempre ser o de maior correspondência com o próprio cigano ou cigana. No caso de uma oferenda normal e tão somente necessária para manutenção, agrado ou tratamento sugere-se o incenso espiritual ou de rosa, que mantém efeito de evocação de leveza, de elevação ou mesmo de louvação espiritual.

Quando se pretender que alguma coisa , objeto ou ambiente seja bem energizado, ou mesmo se tratar de alguma consagração de algum instrumento utilizado por eles, e for feito sem a participação efetiva do cigano ou cigana e com a devida autorização, pode-se usar o incenso de ópio ou mesmo sândalo, se nenhum foi indicado. É interessante que se tenha sempre a mão esses incensos, no caso de algum cigano pedir para exercer qualquer vibração de energização em algum objeto qualquer que deseje dar ou mesmo prepara para alguém.
 
 
DIÁSPORA CIGANA
Há cerca de mil anos, um grupo de famílias saiu da Índia em direção ao Oeste. A essa decisão – tomada em local incerto e por motivos ignorados – devemos a sobrevivência da língua romani, a alegria inigualável das orquestras ciganas presentes através dos séculos, tanto nos palácios como nas praças, as rapsódias húngaras de Franz Lizt, o flamenco espanhol, os versos do Romancero Gitano, de Frederico Garcia Lorca, a crença nos milagres de Santa Sara, a peregrinação a Saintes-Marie-de-la Mer, na França, o aparecimento dos violinistas de restaurante indicando o momento do beijo nos filmes de Hollywood da década de 50, o conhecimento de nosso destino pela leitura das linhas das mãos. 

Devemos também à diáspora dos ciganos a criação de inúmeras heroínas literárias, desde ciganas legítimas – como Esmeralda amada por Quasímodo, o corcunda de Notre Dame, a Gitanilla de Miguel de Cervantes Saavedra e a Carmem de Georges Bizet – até Capitu, que apesar de brasileira tinha olhos não apenas de ressaca, mas "de cigana oblíqua de dissimulada".
Devemos aos ciganos, enfim, a interminável intriga romântica dos 155 capítulos da novela "Explode Coração", exibida pela Rede Globo, e o remorso por termos deixado que fossem exterminados em massa durante o genocídio nazista. 

Nós, os "gadje" - como eles nos chamam -, tivemos pelos ciganos, nos seus mil anos de diáspora, uma atitude pendular entre o fascínio e a desconfiança. Admiramos seu estilo de vida sem âncoras nem raízes, domando ursos, negociando cavalos, trabalhando o cobre, fazendo música.
 
Por outro lado, os acusamos de todos os males infamantes, da feitiçaria ao canibalismo, de rogar pragas a roubar crianças. Na verdade, as crianças roubadas foram as suas. Um exemplo entre muitos: o trem que chegou a Buchenwald em 10 de outubro de 1944 trazia 800 crianças ciganas. Foram todas assassinadas nas câmaras de gás do crematório cinco.
 
Durante muito tempo, não acreditávamos que os ciganos tivessem sequer uma língua. Os sons que pronunciavam aos ouvidos ocidentais como algaravia, simples código para melhor enganar os "gadje". Também não sabíamos por que eram chamados ciganos ou gitanos. 

A palavra cigana teria sua origem nos "atzigani", seita herética do Oriente médio, praticante da quiromancia, enquanto gitano, corruptela de egiptano (gitane, em francês, gypcie, em inglês) seria uma lembrança da passagem dos ciganos pelo Egito de nossos, não o Egito de nossos Atlas modernos, mas o chamado "pequeno Egito", ocupando o lugar da Grécia. A explicação mais usual é que seriam sobreviventes da Atlântida.
Foi preciso esperar o século XIX para que surgisse a luz. Estudos sobre as origens da língua cigana – o romani – tornaram-se verdadeira ciência graças aos trabalhos do alemão Pott, do grego Paspati, do austríaco Micklosicyh, do italiano Ascoli. Comprovaram eles que o romani pertence à família indo-européia. 

Pelo vocabulário e pela gramática está ligado ao sânscrito (como o português ao latim). Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estritamente aparentando a línguas vivas, tais como o hindi, o goujrathi, o marata e o cachemiri. 

Identificando as palavras que foram incorporando-se ao idioma original e seguindo as indicações dos antropólogos, dos historiadores, das tradições orais e até dos grupos sangüíneos foi possível estabelecer com certeza a origem dos ciganos no norte da Índia. 

Vieram eles do Estado atual de Délhi ou de seus arredores, muito possivelmente do Rajastão. De lá seguiram até a Pérsia, onde seu caminho se separou em tridente, uma ponta descendo para o Egito, a segunda morrendo na Armênia, a terceira avançando pela Turquia e pela Grécia, de onde os ciganos espalharam-se por toda a Europa e, atravessando o mar, pelo continente americano. No Brasil, os primeiros grupos chegaram no século XVII, ao Maranhão.

Por onde passavam, os ciganos deixavam sua marca na música e na dança. Puristas afirmam que não existem músicas e danças essencialmente ciganas, mas apenas influências, o que gera controvérsias nas classificações. Mas esse é um assunto para especialistas. 

O certo é que o cigano não apenas assimilava a música dos países nos quais vivia, mas a mantinha viva, era capaz de enriquecê-la e recicla-la a sua maneira, transportando-a além das fronteiras.

Sua música encantava igualmente o povo e a aristocracia, um dos motivos pelos quais os primeiros grupos que surgiram na Europa, por volta do século XIV, foram bem recebidos.

Cedo, no entanto, surgiu o preconceito com suas conseqüências. Primeiro, a exclusão dos ritos sociais: a Igreja não enterrava ciganos em campos consagrados nem batizava seus filhos. Depois, o arsenal completo da perseguição: ferro em brasa, forca, decapitação, suplício da roda, deportação em massa.

No tempo do nazismo, os ciganos sofreram a mesma sorte dos judeus e dos homossexuais, assassinados lado a lado nos campos de concentração de Ravensbrück, Dachau, Buchenwald, Auschwitz e Birkenau. Não se sabe bem por qual razão, os nazistas permitiram que conservassem seus instrumentos musicais. A música serviu-lhes de último consolo. 

Um sobrevivente não cigano relembra uma passagem do ano de 1939 em Buchenwald: "De repente, o som de um violino cigano surgiu de uma das barracas, ao longe, como que vindo de uma época e de uma atmosfera mais feliz... Árias da estepe húngara, melodias de Viena e de Budapeste, canções de minha terra".

 
 
OBJETOS SIMBÓLICOS SAGRADOS
Símbolos, amuletos, e talismãs são objetos de proteção, de força, ao qual se atribui um poder místico que estão ligados com sua forma e a simbologia que os mesmo representam.
O punhal, o violino, o pandeiro, o leque, o xale, as medalhas e as fitas coloridas; o coral, o âmbar, o ônix, o abalone, a concha marinha (Vieira), o hipocampo (cavalo-marinho), a coruja (mocho), o cavalo, o cachorro, o galo e o lobo são símbolos sagrados para o Povo Cigano. 
A verbena, a sálvia, o ópio, o sândalo e algumas resinas extraídas das cascas das árvores sagradas são ingredientes indispensáveis na manufatura caseira de incensos, velas e sais de banho, mesclados com essências de aromas inebriantes e simplesmente usados nas abluções do dia-a-dia, nos contatos sociais e comerciais, nos encontros amorosos e principalmente nos ritos iniciáticos, de uma forma sensível e absolutamente mágica, conferindo grandes poderes.
 
ÂNCORA: Simboliza segurança. É usado para trazer segurança e equilíbrio no plano físico, financeiro, e para se livrar de perdas materiais.
 
CHAVE: Simboliza as soluções. É usado para atrair boas soluções de problemas. O símbolo da chave quando trabalhado no fogo costuma atrair sucesso e riquezas.
 
CORUJA: Simboliza "o ver a totalidade". É usado para ampliar a percepção com a sabedoria possibilitando ver à totalidade: o consciente e o inconsciente.
 
ESTRELA DE 5 PONTAS : Pentagrama (estrela de 5 pontas) simboliza o Homem Integral (de braços e pernas abetos) interagindo em perfeita harmonia com a plenitude da existência. 
Simboliza evolução. É usado para proteção, além de estar associada à intuição, sorte e êxito. A estrela representa o domínio dos cincos sentidos. Também conhecida como o Pentagrama.
 
ESTRELA DE 6 PONTAS: Simboliza proteção. É usado como talismã de proteção contra inimigos visíveis e invisíveis. Também conhecida como Estrela Cigana e Estrela de David. A Estrela Cigana é o símbolo dos grandes chefes ciganos. Possui seis pontas, formando dois triângulos iguais, que indicam a igualdade  entre o que está à cima e o que está a baixo. Representa sucesso e evolução interior.
 
FERRADURA: Simboliza energia e sorte. É usado para atrair energia positiva e boa sorte. A ferradura representa o esforço e o trabalho. Os ciganos têm a ferradura como um poderoso talismã, que  atrai a boa sorte, a fortuna e afasta a má sorte.
 
LUA: Simboliza a magia e os mistérios. A lua é usada geralmente pelas ciganas, para atrair percepção, o poder feminino, a cura e o exorcismo atentando sempre as fases: nova, crescente, cheia e minguante. A lua cheia é o maior elo de ligação com o sagrado, sendo chamada de madrinha. As grandes festas sempre acontecem nas noites de lua cheia
 
MOEDA: Simboliza proteção e prosperidade. É usado contra energias negativas e para atrair dinheiro. A moeda é associada ao equilíbrio e à justiça e relacionada às riquezas materiais e espirituais, que é representada pela cara e coroa. Para os ciganos, cara é o ouro físico, e coroa, o espiritual.
 
PUNHAL: Simboliza a força, o poder, vitória e superação. É muito usado nos rituais de magia, tem o poder de transmutar energias. Os ciganos também usavam o punhal para abrir matas, sendo então, um dos grandes símbolos de superação e pioneirismo, além da roda.  O punhal também é usado na cerimônia cigana de noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos, em seguida os pulsos são amarrados em um lenço vermelho, representando a união de duas vidas em uma só.
 
RODA: O grande símbolo geométrico do Povo Cigano é o Círculo Raiado (representando a roda da carroça que gira pelas estradas da vida) provando a não linearidade do tempo e do espaço. Simboliza a Samsara, representando o ir e vir, o circular, o passar por diversos estados, o ciclo da vida, morte e renascimento, e é usado para atrair a grande consciência, a evolução, o equilíbrio. É o grande símbolo cigano, e é representado pela roda dos vurdón que gira. Samsara (sânscrito) - Literalmente significa "viajando". O ciclo de existências, uma sucessão de renascimentos que um ser segue através de vários modos de existências até que alcance da liberação.
Vurdón (romanês ou romani - dialeto cigano) - Significa "carroção".
 
TAÇA: Simboliza união e receptividade, pois  qualquer líquido cabe nela e adquire sua forma. Tanto que, no casamento cigano, os noivos tomam vinho em uma única taça, que representa valor e comunhão eterna.
 
TREVO: É o símbolo mais tradicional de boa sorte. Trevo de quatro folhas: traz felicidade e fortuna. Quando se encontra um trevo de quatro folhas na natureza, podem-se esperar sempre boas notícias.
SOL: É considerado pelos ciganos como talismã da riqueza e da prosperidade. Traz muita força e energias positivas.
ELEFANTE: É usado para atrair dinheiro e boa sorte. Em um colar, na altura do coração, favorece boa sorte e proteção.
PIRÂMIDE: É considerada poderosa canalizadora de energia cósmica, podendo ser feita com diferentes tamanhos e materiais.
ESCARAVELHO: É o símbolo do sol e da matéria inerte que se transforma em vida.
Protege contra os malefícios, favorece vida longa e feliz. Normalmente usado pela matriarca do povo cigano.
Esta palavra vem do grego e do árabe "tilisam", que significa mistério. É um objeto que segundo se acredita, dá sorte. Muitos deles já eram utilizados, desde a antiguidade. O povo cigano considera que os talismãs tem grande poder, e podem ser usados em anéis, pulseiras, colares etc... Cobra
Para o povo cigano, é um dos mais conhecidos e fortes talismãs para a saúde. 
É energia criadora e capacidade de renovação. Objeto preferencial para uso, é no anel.
 
Uma maneira de atrair dinheiro é preparar sua casa. Antes de mais nada, abra portas e janelas para o sol invadir os ambientes. Este astro traz coragem e força de vontade para as pessoas lutarem por seus sonhos.
Valorize o talismã da prosperidade. Talismãs são objetos de sorte que carregam energias podereosas, capazes de auxiliar você a realizar seus objetivos.
Mantenha uma muda de trevo de quatro folhas, plantada num vaso, na sala, esta planta atrai sorte para sua vida.
Perto da gaveta onde você guarda contas para pagar, mantenha um prato ou pontinho com piritas ( tipo de pedra), assim terá sucesso em suas ações. Decore sua casa com objetos dourados, enfeites, vasos, porta-retratos, eles trazem riqueza.
Atrás da porta de entrada de sua casa, pendure um sachê da riqueza: sobre um lenço vermelho,coloque 8 folhas de alecrim e 1 pétala de dracena (tipo de flor). Feche o saquinho com uma fita dourada, pingue 8 gotas de perfume de sândalo sobre o tecido.
Boa Sorte!
 
Simbologia dos Animais
ÁGUIA: Representa a liberdade, a altivez, a força para ser livre. Seu símbolo é o alvo a ser atingido.
GARÇA: È considerada uma ave cigana por ser incapaz de verter lágrimas de dor. È uma ave sagrada.
RATO:Símbolo de perdas e prejuízos, problemas de saúde.
LOBO:Símbolo de força, lealdade e honra, pois só mata para se alimentar ou para eliminar um adversário.
Antigamente os lobos eram companheiros dos ciganos e não atacavam seus cavalos por lealdade.
SAPO: Simboliza a sabedoria, luz e feminilidade, potencial magnético ( usado para magias ).
GATO: Representa a prudência, cautela, paciência, capacidade de esperar o momento certo, independência e disponibilidade.
 POMBA: Desprezada pelos ciganos, pois não tem vontade própria e se deixa domesticar e abater sem resistência. A pomba tem também grande significado se ela for escura, serve na magia, para afastar espíritos malignos; se for branca, representa a pureza, humildade, simplicidade, é ave conciliadora.
 CORVO: Representa a justiça, boa sorte e sabedoria, é o único animal que se prejudicar seu semelhante, suicida-se. Para o cigano, mais vale morrer, do que viver sem honra.
SERPENTESignifica a força, energia, feminilidade, sexo, boa sorte.
LAGARTO: Símbolo da fragilidade, pois perde a cauda quando o querem pegar.
Os ciganos reconhecem nos animais, através de sua natureza, suas qualidades, seus códigos, suas leis e, assim, inspiraram-se neles para estabelecer sinais secretos de comunicação com a sabedoria.
                             
 
OS MISTÉRIOS DO BARALHO CIGANO
 A origem das cartas do Baralho Cigano permanece na obscuridade e se perde nos tempos.
Muito se tem dito sobre como surgiu o primeiro Baralho Cigano, mas fico com a versão de alguns pesquisadores que afirmam que as primeiras cartas ciganas surgiram nas mãos de Madame Lenormand, senhora da corte européia no século VIII, nascida em Alençon na França no ano de 1772.
Madame Lennormand foi muito conhecida pelas suas predições aos homens da corte, entre eles Napoleão Bonnapart, ao qual ela previu sua ascensão e queda.
Tinha contato constante com ciganos europeus, aprendendo com eles a arte de ler as Cartas Ciganas. Posteriormente, fez uma adaptação do "exótico" baralho usado por ciganos para a nossa realidade não cigana, representada por figuras do nosso cotidiano e introduzindo nestas cartas as figuras do baralho de naipes.
Assim estas cartas passaram a ser utilizadas não somente pelos que não eram ciganos, mas também pelas mulheres ciganas. Atualmente existem diversos tipos de Baralhos Ciganos no mercado, assim como um vasto material sobre cartas que poderão ser muito úteis àqueles que se interessarem e que desejam se aprofundar no assunto.
Felizmente podemos acessar informações que permaneceram anteriormente obscuras devido a tabus, preconceitos e mesmo perseguições. E o ato de oracular é uma destas informações.
Sendo as cartas um instrumento sagrado, deve ser respeitado e requer cuidados especiais ao utilizá-lo como instrumento de trabalho.
É interessante salientar que nos símbolos das cartas do Baralho Cigano está inserida a energia dos Orixás onde encontramos Yemanjá na carta 3 - O Navio; Oxôssi na carta 5, A Árvore; Iansã na carta 6 - As Nuvens; Oxumaré na carta 7- A Cobra; Nana na carta 9- O Ramalhete; Obaluayé na carta 10 - A foice; Êre na carta 13, A Criança; Ossayan, na carta 20- As Ervas; Xangô na carta 21 - O Morro; Ogum na carta 22 - Os caminhos, Oxum na carta 30 - Os Lírios e Oxalá na carta 31 - O Sol.
Desta forma é possível conhecermos Os Orixás (que são energias vibratórias da natureza) que o consulente está sob a proteção.
Felizmente muitas pessoas já conhecem e fazem uso do Baralho Cigano para ter informações e orientação sobre seu lado profissional, espiritual e afetivo.
Através dele teremos uma visão ampla do que está se passando na vida do consulente.
O momento atual, o que levou a esta situação e acontecimentos vindouros; mas lembrando sempre que cada um de nós tem o livre arbítrio e que com atitudes corretas no presente poderemos plantar um futuro melhor. 
Para àqueles que desejam aprender esta arte de "oracular" se faz necessário conhecer bem os significados das cartas e suas possíveis combinações. Ao ler as cartas estamos utilizando a percepção sensorial e extra-sensorial. Portanto nos requer desenvolvê-la cada vez mais através de exercícios de meditação e outros que nos serão muito úteis no momento da leitura.
Lidar com estas cartas é algo muito sério, pois estamos lidando com energia,magia, alquimia, mente, pessoas e suas futuras escolhas. Praticar bastante e ter antes de tudo amor pelo que se propõe a fazer são posturas fundamentais para quem deseja trabalhar com as cartas.
Devemos sempre agradecer e valorizar este ensinamento que nos feito deixado pelo Povo Cigano, que abrindo as portas do "conhecimento" de seu povo e de sua "magia", nos permitiu também fazer uso deste magnífico oráculo que são as Cartas Ciganas. É muito importante observar atenciosamente as combinações entre as cartas para obter a interpretação correta. Usar bons métodos de jogos e praticar bastante.
 
 Cartomanciaé o método de adivinhação que usa cartas como baralho. Usa-se o baralho para prever o futuro e ajudar nas decisões a serem tomadas. Muito consultada pelos antigos para resolver problemas.
Assim como o Tarot, pouco se sabe da origem desse método divinatório e sua vinda para o Ocidente. Estudiosos afirmam que foi através dos ciganos, oriundo da China antigo, onde era um dos métodos mais utilizados pelo imperador S'uen-Ho, em 1120 depois de Cristo, que a Cartomancia chegou até nós. Outros, entretanto, dizem que foi pelas mãos dos árabes, quando dominaram a Península Ibérica.
As cartas da época eram feitas de material rudimentar, com fibras de madeira ou de plantas, e tinham um caráter de consulta mais oracular do que divinatório. (Por volta do século XVI), toda a Europa conhecia o real valor das previsões da Cartomancia.
Em Portugal, fique-se sabendo, esta prática sempre foi comum. Nomeadamente na Região Norte que até há bem pouco tempo não tinha contacto com outro tipo de oráculos, como o tarot, bem mais recente.
Já no sul de Portugal, o tarot teve uma aceitação maior e mais rápida, apesar de a cartomancia estar no topo das preferências, como arte divinatória.
Prova disso são as inúmeras pessoas que conhecem e praticam esta arte, passando o conhecimento de geração em geração, apesar de muitas vezes omitido, não revelado por receio de criticas ou preconceitos.
Alvo de uma procura constante, porque o homem sempre teve curiosidade em conhecer o seu futuro, e ter consciência das melhores opções que lhe avizinham, esta arte não tende a desaparecer mas a expandir-se, como alias, todo o tipo de oráculos, pois o acesso à informação é cada vez maior e as publicações disponíveis no mercado são igualmente crescentes.
Para além deste fator, a noção de que a liberdade religiosa deve ser cumprida, a diversidade cultural e humana muito tem contribuído para uma mescla enorme de escolhas e conhecimentos místicos". (http://sentidocigano.com.br/historias_1.html)  



http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/duas-lendas-ciganas,236,2978.html