A Falange dos Boiadeiros
Reconhecidos por seu jeito peculiar, rápido e ágil de dançar, os espíritos que se apresentam na roupagem de boiadeiros são sempre muito austeros, cultivam valores profundos, como o respeito aos mais velhos, a boa educação, a sinceridade e a coragem; coragem essa adquirida ao longo de uma existência de adversidades, lutas e privações no trato com o gado, nas paragens inóspitas do sertão brasileiro.
Em suas consultas falam pouco e sempre com muito proveito, mas sua maior característica é a capacidade de capturar obsessores - a laço - e mantê-los sob vigilância, para o bom êxito das seções de desobsessão.
Nos trabalhos utilizam o tabaco, sob a forma de cigarros de palha, como elemento deletéreo e dispersor de energias negativas. Ao se manifestarem, com os movimentos de seu chicote de seu laço, descarregam o ambiente, os médiuns e a assistência, enquanto entoam canções antigas, bem ao gosto do homem do sertão.
O traço mais característico de sua manifestação é o movimento circular com os braços, simulando o manejo de um laço.
Os nomes mais comuns utilizados por eles são: Boiadeiro de Minas, Zé Mineiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro Chapéu de Couro, João Boiadeiro, Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro de Imbaúba, entre outros.
Atuam dentro da vibração de Oxóssi e é, inclusive, muito comum nos referirmos a eles como Caboclos Boiadeiros. Suas cores são o verde, o vermelho e o branco, mas, nas guias também se pode utilizar o roxo, representativo de sua devoção a Sant'Ana. Sua saudação é "Chetuá Boiadeiro!".